As ruas de Paraty
O centro histórico do município de Paraty reúne um grande acervo arquitetônico e urbanístico, único no Rio de Janeiro e um dos mais belos do Brasil. Isso deu um apelido muito charmoso ao município: o de Cidade-Museu. Na verdade, Paraty é um museu vivo, no qual os próprios habitantes são orgulhosos de sua história e os nossos guias nessa emocionante viagem por ruas que transpiram história. Os destaques ficam para o casario, as igrejas, o calçamento pé-de-moleque, feito por escravos. Parece um cenário belíssimo de um clássico dos séculos XVIII e XIX, em pleno século XXI, onde cada nova esquina que é descoberta pelos visitantes nos dá a impressão de que dali surgirão cadeirinhas puxadas por escravos, conduzindo os distintos senhores e as senhoras, homens elegantes com sapatos de fivelas de ouro e prata, senhoras acompanhadas de suas mucamas e a algazarra dos renóis (comerciantes portugueses).
Por ter sido criada para ser uma comunidade tipicamente comercial e colonial, as construções de Paraty são simples e funcionais. As casas térreas e os sobrados sobre os comércios possuem, em geral, duas grandes portas na parte da frente que eram utilizadas para armazéns. As famílias dos comerciantes modestos moravam nos fundos desses armazéns. Vale ressaltar que Paraty foi um dos mais importantes portos do Rio de Janeiro no passado. Os mais ricos moravam em sobrados ou em casas inteiramente residenciais que se destacam na paisagem. O renomado urbanista brasileiro Lúcio Costa (autor do projeto do Plano Piloto de Brasília) denominou como "nosso estilo" o conjunto de prédios do século XVIII existente no centro histórico de Paraty. Um estilo que remete ao modo de vida dos colonizadores lusitanos. As paredes grossas, as plantas regulares, os telhados inclinados para frente e para os fundos, os balcões de madeira rendilhados, as vergas curvas das portas e janelas e os lampadários nas fachadas são os destaques dessa arquitetura única.
Igreja de Santa Rita
Foi considerada pelo urbanista Lúcio Costa como a mais valiosa de Paraty. É também a mais antiga da cidade. A construção, como a maioria de sua época, foi feita em pedra e cal e iniciou em 1722. Na fachada frontal, em estilo barroco, se destaca o belo acabamento em cantaria, o trabalho das portas em madeira entalhada e os desenhos em ferro nas sacadas do coro. Além disso, pode ser apreciado o frontão em curva e a figura do galo dos ventos sobre a torre da sineira. Na Rua da Paixão, lateral à igreja, pode ser visto um dos seis Passos da Paixão, remanescente dos oratórios construídos nas fachadas de casas ou de igrejas.
Endereço: Largo de Santa Rita , s/nº Centro
Visitação: de 4ª a dom., de 9h às 17h.
Igreja de N. Sra. dos Remédios
A igreja foi erguida em homenagem à santa padroeira de Paraty por volta de 1646. Após algumas reformas, ainda no século XVIII, apenas em 1787 iniciou-se a construção do prédio definitivo da Matriz. O projeto foi tão audacioso e dispendioso que as obras se estenderam por 86 anos, até que a igreja ficasse pronta em 1873. Os destaques da arquitetura do templo ficam para as robustas pilastras e cunhais em cantaria, as três portas de entrada e as três janelas do coro.
Endereço: Praça Monsenhor Hélio Pires
Visitação: 2ª, 4ª, 6ª e sab pela manhã
Forte Defensor Perpétuo
No local onde se iniciou o povoamento de Paraty, na margem esquerda do rio Perequê-Açu, existiam três pacas de artilharia que serviam para proteger a cidade da invasão de piratas, que costumavam freqüentar o litoral. O Forte Defensor Perpétuo foi assim denominado numa homenagem ao Imperador Pedro I. Até hoje podem ser vistos os vestígios da antiga muralha de pedra que existia junto aos canhões. Uma construção, que mais se assemelha a uma residência, abrigava as instalações militares, os alojamentos dos soldados e a cadeia. Hoje no local funciona o Museu de Artes e Tradições Populares de Paraty.
Endereço: entre as praias do Pontal e de Jabaquara Morro do Forte
Visitação: de 4ª a dom., de 9h às 17h.
Os Sobrados
Pelo menos dois sobrados merecem destaque e atenção dos visitantes. O da Prefeitura, situado na esquina com a Rua Samuel Costa é um exemplo de construção em que o segundo andar foi erguido posteriormente. A influência maçônica pode ser vista na base de cantaria do cunhal, que, certamente, formava no passado com o das outras esquinas um triângulo imaginário. Na sala da Câmara, no segundo andar, existem dois sofás de palhinha que pertenceram à Loja Maçônica de Paraty. O Sobrado dos Bonecos fica entre as ruas Maria Jacone de Melo e Santa Rita. É um dos mais belos exemplares do final do século XVIII e um dos poucos que ainda conserva os beirais de porcelana portuguesa pintada do século XIX. Recebeu este nome por ter possuído figuras na decoração de sua fachada. Os sótãos serviam de mirante para controlar a entrada de navios ou alguma ameaça de piratas.
Museu de Arte Sacra
Endereço: Igreja de Santa Rita , Largo de Santa Rita
Visitação: de 4ª a dom. de 9h às 12h e de 14h às 17h
Casa da Cadeia
Endereço: Largo de Santa Rita , s/ nº
Visitação: diariamente , de 9h às 19h.
Igreja de Nossa Senhora do Rosário e São Benedito
Endereço: Rua Tenente Francisco Antônio
Visitação: às 3ªs, de 9h às 12h.
Capela de Nossa Senhora das Dores
Endereço: Rua Fresca , esquina com o Beco da Capela
Visitação: às 5ªs pela manhã.
Engenho da Boa Vista
Endereço: Fazenda Boa Vista
Visitação: diariamente , de 7h às 18h.